Coincidência ou não, Hebe já inspirava autores "sérios" do período Parnasiano. Sua personalidade irreverente e seu jeito extrovertido contribuiram para que um poeta parnasiano- Raimundo Correia, escrevesse como manda a cartilha da Arte pela Arte, mas endeusando nossa musa "Hebe".
Claro, que quando o autor escreveu o poema não era de Hebe Camargo à quem ele se referia, porém, para nós, cai como luva, uma vez que o poema descreve perfeitamente como era a loira que nos encantava nas noites de Segunda.
O Vinho da Hebe- Raimundo Correia
"Quando do Olimpo nos festins surgia
Hebe risonha, os deuses majestosos
Os copos estendiam-lhe, ruidosos,
E ela, passando, os copos lhes enchia...
A Mocidade, assim, na rubra orgia
Da vida, alegre e pródiga de gozos,
Passa por nós, e nós também, sequiosos,
Nossa taça estendemos-lhe, vazia...
E o vinho do prazer em nossa taça
Verte-nos ela, verte-nos e passa...
Passa, e não torna atrás o seu caminho.
Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios
Restam apenas tímidos ressábios,
Como recordações daquele vinho. "
Neste poema Parnasiano temos uma mulher idealizada, que inspira e é comparada com uma deusa. A alegria de Hebe é comparada com o vinho, na qual enchia o cálice do povo que é subentendido como a vida das pessoas.
Hebe na ultima estrofe deixa a saudade na vida do eu-lírico, saudade esta que é descrita como vinho, O vinho da Hebe.
Por: Jhonata Teixeirão
terça-feira, 9 de outubro de 2012
A musa do Parnasianismo "Hebe"
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Análise do poema de Fagundes Varela "Cântico do Calvário"
Sua obra-prima foi o “Cântico do
Calvário”, escrito em memória do filho.
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angustias conduzia
O ramo da esperança. - Eras a estrela
Que entre as névoas cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro
(guardador de gado, pastor)
Varela colocou neste poema todo seu sentimento, toda a dor provocada
pela perda desse filho. São versos tristes, mas ternos. Principalmente os
primeiros que são antológicos (admirável). “Eras na vida a pomba predileta que
sobre um mar de angustia conduzia o ramo da esperança...” Fica na memória de
quem lê. O leitor se enternece ao ler cada verso, sente a dor do eu-lírico...
A religiosidade aparece em todo poema
que é um lamento, um grito de dor de um homem amargurado e que se sente culpado
pela tragédia.
“...
Cegou-me tanta luz! Errei, fui homem!
E de meu erro a punição cruenta
Na mesma glória que elevou-me aos astros,
Chorando aos pés da cruz,hoje padeço!
O apego a religião dava uma certa esperança ao poeta de, quem sabe,
encontrar seu filhinho depois da morte. Fagundes Varela apela para a crença
numa vida pós-morte a fim de atenuar a sua dor, pois sem esperança ela seria
insuportável. E termia assim:
“... Mas não! Tu dormes no infinito
seio / Do criador dos seres!...
...Quando a morte fria / Sobre mim
sacudir o pó das asas,
Escada de Jacó serão teus raios / Por
onde asinha subira minh’alma.
Por: Jhonata Teixeirão
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