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onde andam nossos novos Capitães da Areia?
No início da narração de
Capitães da Areia, Jorge Amado usa do meio jornalístico para apresentar os
meninos de rua... Eis que décadas depois vos apresento os novos capitães.
Veja o que diz o jornal
online Gazeta do Povo em vinte e dois de março de dois mil e três.
Censo
divulgado ontem pelo governo federal mostra que o Brasil tem 23.973 crianças
e adolescentes vivendo nas ruas de 75 cidades com mais de 300 mil habitantes.
Essa é a primeira pesquisa que mostra a realidade dessa população. O Paraná tem
a quarta maior população infantil de rua do país, com 1.172 meninos e
meninas. Entre os adolescentes e crianças ouvidos, 63% disseram que vivem nessa
situação por causa de brigas familiares e violência doméstica.
A Fundação de Ação Social (FAS),
da prefeitura de Curitiba, e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, que
encomendou o censo, foram contatadas para comentar os dados, mas não deram
retorno até o fechamento desta edição. A assessoria de imprensa da Secretária
de Estado da Criança e da Juventude informou que os coordenadores estavam em
reunião e não poderiam dar entrevista.
Francisco Martins dos Santos, 19
anos, viveu por quase dois anos a realidade das ruas. Em uma família com sete
irmãos, ele teve de buscar alternativas para a própria sobrevivência ainda aos
10 anos. Começou como muitos outros garotos, pedindo dinheiro durante o dia e
retornando para casa à noite, mas com o passar dos meses passou a dormir
embaixo de marquises. Em 2003 foi convencido a conhecer a Chácara Meninos de 4
Pinheiros, que acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Hoje atua como educador social no local e faz planos para o vestibular.
Nossos novos Capitães da
Areia estão descritos no fragmento a cima.
Nos dias que seguem nossos meninos e meninas
lutam por sobrevivência, porém, esqueceram o lado poeta da vida e se entregam
jovens demais às drogas.
Os capitães de Jorge eram meninos que lutavam
por seus objetivos dentro das perspectivas de seu mundo, mas não faziam “mal”
aos outros para satisfazerem seus vícios, no entanto, o faziam para
sobreviverem e para manterem vivos seus irmãos.
O mundo perdeu sua essência.
Crianças já não sonham, já não tem um plano traçado. Poucas são as que conseguem
seguir o caminho diferenciado. Outra grande parte dos meninos de rua que não
sonham e não possuem metas estão entregue aos vícios e morrendo sem gozar os
prazeres da vida.
Chega-se a conclusão triste,
de que os capitães da areia que por aqui vivem, perderam sua essência, já não
lutam por dignidade e nem por um dia a mais. Não vemos mais líderes como Pedro
Bala que tinha amor à seus irmãos. O que se vê é a singularidade, o egoísmo, a
escória da escória que sobrou do ser humano, ainda mais àqueles pequenos seres
humanos a quem a vida tanto castigou.
Por: Jhonata Teixeirão
Por: Jhonata Teixeirão
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