sábado, 23 de junho de 2012

Gêneros Literários: O Gênero Narrativo-a variante moderna do gênero épico


OS GÊNEROS LITERÁRIOS

A literatura, quanto à forma, pode se manifestar em prosa

ou verso.Quanto ao conteúdo e estrutura, podemos, inicialmente,

enquadrar as obras literárias em três gêneros: o lírico, quando um

“eu” nos passa uma emoção, um estado de espírito; o dramático,

quando “atores, num espaço especial, apresentam, por meio de

palavras e gestos, um acontecimento”; o épico, quando temos um

narrador (este último gênero inclui todas as manifestações

narrativas, desde o poema épico até o romance, a novela e o conto).



Gênero narrativo

O gênero narrativo é visto, por alguns estudiosos, como uma variante

moderna do gênero épico, caracterizando-se por se apresentar em

prosa. Manifesta-se nas seguintes modalidades:



§Romance: narração de um fato imaginário mais verossímil, que

representa quaisquer aspectos da vida familiar e social do homem.

Podemos dividi-lo em: romance de cavalaria, romance de costumes,

romance policial, romance psicológico, romance histórico etc.



§Novela: breve, mas viva narração de um fato humano notável, mais

verossímil que imaginário. É como um pequeno quadro da vida, com um

único conflito. Em geral, apresenta-se dividida em alguns poucos

capítulos.



§Conto: narração densa e breve de um episódio da vida; mais

condensada do que a novela e o romance. Em geral, não apresenta

divisão em capítulos.



§Fábula: narrativa inverossímil, com fundo didático; tem como objetivo

transmitir uma lição de moral.



§Crônica: o seu nome já nos dá uma dica: crônica deriva do radical latino

crono, que significa “tempo”. Daí o seu caráter: relato de acontecimentos

do tempo de hoje, de fatos do cotidiano.


Por: Jhonata Teixeirão

terça-feira, 12 de junho de 2012

Relação dos contos de Ivana Arruda Leite: Mãe, o cacete e Adélia


    Mãe, o cacete & Adélia- Análise
    Temos dois contos atuais e quase que antiquados. Antiquado, sim, pois ambas as ideias expostas no texto nos levam a crer que a sociedade pouco mudou quando o assunto é machismo. Tanto no conto Adélia quanto em Mãe, o cacete; os dois escritos por Ivana Arruda Leite, percebe-se que há critica aos padrões que a sociedade impõe as mulheres introduzidas pelas personagens das mães expressas nos textos. Em ambos os contos as mães são mulheres que não seguem os padrões, isto é, não são mães idealizadas, não são ma~es que se pode tomar como exemplo.

    A narrativa é construída a partir do relato de uma mulher que jamais queria ser como a mãe, isso em ambos os textos. No primeiro texto a narrativa desenha o perfil de uma mulher que não quer ter o casamento e a vida como fora a vida de sua mãe. No segundo a mesma ideia, porém, a mulher não quer ter mãe, pois esta seria um atraso de vida. Tal trauma deve-se a infância, quando a protagonista de Mãe, o cacete não compreendia os motivos que levavam sua mãe a lhe repreender.

    Os personagens surgem à medida que as mulheres descrevem suas vidas. A linguagem pode ser considerada como contemporânea, mantendo relação direta com o leitor e proporcionando-o fácil compreensão do que se Le, por conter vocabulário atualizado.

    Percebe-se no texto o uso do humor, das falas divertidas e cativantes, que nos fazem sentir íntimos das mulheres dos contos. O uso do humor fica claro quando se tem a repetição de uma mesma frase dentro de um próprio texto ou quando percebemos claramente a ação cômica em que os personagens são submetidos.

    Podemos dizer que os textos são contemporâneos, ou seja, os dois possuem linguagem atualizada e assuntos atuais, tais como a separação e a independência da mulher; caso do segundo texto.

    Contos como estes, que tem como protagonistas as mulheres e que estas reclamam seus direitos ou aparecem em evidência é uma característica da literatura contemporânea.


Por: Jhonata Teixeirão



domingo, 3 de junho de 2012

Os Novos Capitães da Areia


Por onde andam nossos novos Capitães da Areia?

No início da narração de Capitães da Areia, Jorge Amado usa do meio jornalístico para apresentar os meninos de rua... Eis que décadas depois vos apresento os novos capitães.

Veja o que diz o jornal online Gazeta do Povo em vinte e dois de março de dois mil e três.

Censo divulgado ontem pelo go­­verno federal mostra que o Brasil tem 23.973 crianças e adolescentes vivendo nas ruas de 75 cidades com mais de 300 mil habitantes. Essa é a primeira pesquisa que mostra a realidade dessa população. O Paraná tem a quarta maior população infantil de rua do país, com 1.172 me­­ninos e meninas. Entre os adolescentes e crianças ouvidos, 63% disseram que vivem nessa situação por causa de brigas familiares e violência doméstica.

A Fundação de Ação Social (FAS), da prefeitura de Curitiba, e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, que encomendou o censo, foram contatadas para comentar os dados, mas não deram retorno até o fechamento desta edição. A assessoria de imprensa da Secretária de Estado da Criança e da Juventude informou que os coordenadores estavam em reunião e não poderiam dar entrevista.

Francisco Martins dos Santos, 19 anos, viveu por quase dois anos a realidade das ruas. Em uma família com sete irmãos, ele teve de buscar alternativas para a própria sobrevivência ainda aos 10 anos. Começou como muitos outros garotos, pedindo dinheiro durante o dia e retornando para casa à noite, mas com o passar dos meses passou a dormir embaixo de marquises. Em 2003 foi convencido a conhecer a Chácara Meninos de 4 Pinheiros, que acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Hoje atua como educador social no local e faz planos para o vestibular.

Nossos novos Capitães da Areia estão descritos no fragmento a cima.

 Nos dias que seguem nossos meninos e meninas lutam por sobrevivência, porém, esqueceram o lado poeta da vida e se entregam jovens demais às drogas.

 Os capitães de Jorge eram meninos que lutavam por seus objetivos dentro das perspectivas de seu mundo, mas não faziam “mal” aos outros para satisfazerem seus vícios, no entanto, o faziam para sobreviverem e para manterem vivos seus irmãos.

O mundo perdeu sua essência. Crianças já não sonham, já não tem um plano traçado. Poucas são as que conseguem seguir o caminho diferenciado. Outra grande parte dos meninos de rua que não sonham e não possuem metas estão entregue aos vícios e morrendo sem gozar os prazeres da vida.

Chega-se a conclusão triste, de que os capitães da areia que por aqui vivem, perderam sua essência, já não lutam por dignidade e nem por um dia a mais. Não vemos mais líderes como Pedro Bala que tinha amor à seus irmãos. O que se vê é a singularidade, o egoísmo, a escória da escória que sobrou do ser humano, ainda mais àqueles pequenos seres humanos a quem a vida tanto castigou.


Por: Jhonata Teixeirão

sábado, 2 de junho de 2012

Análise da Crônica Rita- Rubem Braga


Rita
        No meio da noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos.
        Seus cabelos castanhos- a fita azul- o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco...
        Depois um instante de seriedade; minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade.
        Rita ouvindo música, vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das coisas, mas pegando dele seu jeito de amar- sério, quieto, devagar.
        Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos, seus olhos brilhariam de prazer. Eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; e o córrego; e a nuvem tangida pela viração.
        Minha filha Rita em meu sonho me sorria- com pena deste seu pai, que nunca a teve.
Janeiro, 1995
In BRAGA, Rubem. 200 Crônicas escolhidas- As melhores de Rubem Braga.



    Rubem Braga, considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, a 12 de janeiro de 1913.

    Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos textos de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza.”.

    A crônica de Rubem Braga fala sobre um pai que deseja ter uma filha a partir de um sonho que teve.

   Temos em mãos uma crônica pequena, porém, ampla em conteúdo. Como é lhe é peculiar, textos desse gênero possui narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Possui assim uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem.

    O Onírico se faz presente em toda crônica, pois, é a partir dele que o autor narra os fatos comentando como seria a vida do protagonista se o mesmo tivesse uma filha.

    A crônica fala de um pai que ao ter um sonho se imagina como seria ter uma filha e como poderia ensiná-la as coisas que todo pai o faz. Esta ideia do sonho se faz presente na crônica a partir deste trecho: “No meio da noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos” e neste segundo trecho: “ Minha filha em meu sonho me sorria- com pena deste seu pai, que nunca a teve”.

    Podemos perceber também que Rubem Braga quebrou a tradição de só as mulheres poderem sonhar em ter filhos. Neste conto, observa-se um personagem que quer ter um filho sendo este personagem um homem e não uma mulher como é comum lermos. A Narrativa é simples, fazendo com que o leitor compreenda claramente o que lê.

    Esta crônica nos deixa a reflexão de que o sonho vira pesadelo quando nos despertamos dele ao acordar.

Por: Jhonata Teixeirão

Nosso Blog

    Olá leitores e amantes da Literatura! Este espaço foi criado como forma de botar em prática tudo o que fazemos ao longo da vida Acadêmica e mais, tudo o que fazemos por amor as palavras.
    Somos estudantes de Letras, da Universidade Unigranrio-RJ e disponibilizaremos aqui neste blog algumas análises literárias e assuntos ligados a Língua Portuguesa.
     Esperamos que estajamos em sintonia!


Por:  Jhonata Teixeirão, Paulo Marcelo e Ingrid Mendes.